O mogno africano, como o próprio nome diz, trata-se de um tipo de árvore provinda da África, de regiões como Angola, Costa do Marfim, Congo, Nigéria, República dos Camarões, Gabão e Senegal. Essa árvore também pertence à família botânica Meliaceae, a mesma da andiroba, do cedro e do mogno nativo. Por apresentar diversos benefícios, muitos optam por investir no plantio de mogno no Brasil. Por isso, vamos te mostrar curiosidades sobre o plantio de mogno africano que provavelmente você não conhece. Vamos lá?!
O mogno africano
Com madeira nobre e tronco marrom-avermelhado, essa espécie possui grande extensão chegando a 50 metros de altura e 1,5 m de circunferência, podendo ser encontrada por todo o Brasil e se destacando na preferência dos empresários como principal investimento florestal. A madeira pode ser utilizada em diversas áreas, seja na indústria moveleira, naval, construção civil, painéis, laminados, entre outros.
Plantação de mogno no Brasil
No Brasil, as primeiras sementes de Mogno Africano vieram da Costa do Marfim em 1976 doadas pelo pesquisador Ítalo Falesi, porém apenas em 1989 as árvores oriundas do plantio de mogno se reproduziram e permitiram a difusão da espécie no país. Elas se adaptaram muito bem ao clima brasileiro visto que é parecido com o clima tropical úmido africano.
As árvores de mogno africano se espalharam por boa parte do Brasil e hoje estão presentes nas regiões da Amazônia, Pará, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná. Os diferenciais dessa madeira estão desde a beleza, durabilidade, facilidade com o manejo e o valor do produto final. Por isso, é uma madeira amplamente comercializada no mercado internacional principalmente pelo mercado norte americano e europeu.
O Mogno Africano é dividido entre quatro espécies: a Khaya grandifoliola, espécie trazida para o Brasil nos anos 70 é a de melhor desenvolvimento. Em seguida temos as espécies Khaya anthoteca, Khaya senegalensis e Khaya ivorensis.
Curiosidades sobre o plantio de mogno no Brasil
Veja algumas curiosidades sobre o plantio de mogno africano:
Crescimento rápido
O plantio de mogno costuma atrair muitos investidores brasileiros e um dos motivos é o crescimento acelerado em relação a outras espécies de árvores, levando a produzir madeira madura entre o 13º e 15º ano enquanto outras árvores costumam levar em torno de 30 anos. Essa maturação ocorre quando o cerne, que é a parte dura da madeira, é formado.
A alta resistência desta espécie também chama atenção, pois resiste ao ataque de pragas e doenças comuns em outras espécies, como por exemplo, a doença que divide o tronco ao meio e a broca do ponteiro. Porém, a atenção maior no plantio de Mogno Africano é para as formigas cortadeiras e o mato que pode crescer e competir com as árvores, situações que podem ser controladas com a aplicação de formicidas e a capina.
Vale ressaltar que apesar dessa resistência, nem todo solo está apto ao plantio de mogno sendo sempre necessário verificar as necessidades de correção do solo, falta ou excesso de água, clima adequado, entre outros aspectos.
Simples cultivo e controle de pragas
A plantação de Mogno se dá com o cultivo das mudas rustificadas, de preferência produzidas em tubetes plásticos apropriados, após avaliar a qualidade do solo.
Para o plantio, recomenda-se que entre as mudas no campo tenha um espaçamento que permita boa competição entre as árvores com plantios puros, e espaço de 3 x 2 metros, ou 3 x 3 metros, permitindo a realização dos desbastes de seleção, que garante melhor produtividade e qualidade da madeira.
A partir dos 17 anos de idade, o corte raso pode ser feito na madeira e os desbastes podem ser realizados em diferentes períodos, conforme o planejamento inicial proposto para o plantio.
Grande demanda no mercado brasileiro
A espécie está presente em várias regiões do território nacional, porém o estado com o maior Plantio de Mogno Africano é Minas Gerais.
O investimento nesta madeira é justificado pelo seu valor estimado entre 100 a 400 euros para toras com diâmetros inferiores e 500 a 600 euros por metro cúbico nas toras (em pé) com diâmetros superiores, de acordo com o mercado internacional.
É exatamente a partir do terceiro manejo (entre 12 e 15 anos), quando a madeira em pé é extraída com mais de 25 cm, que a mesma fica interessante financeiramente pois ao final de um ciclo, a expectativa de receita bruta de 1 hectare pode superar a R$ 500 mil reais.
Infelizmente a espécie encontra-se ameaçado de extinção, e segundo estimativa do Serviço Florestal Brasileiro, o país vem sofrendo escassez de madeiras tropicais equivalente a 16 milhões de metros cúbicos desde de 2020, o que demandaria o reflorestamento de ao menos 50 mil hectares ao ano para suprir a escassez.
Diversas utilidades
O Mogno Africano está entre as opções de árvores exóticas de madeira nobre para serraria sendo utilizada para suprir diversas demandas como confecção de móveis, interiores, construção civil, construção naval, painéis, laminados e até peças ornamentais, instrumentos musicais e brinquedos.
É uma árvore de grande importância para a região amazônica, pois além do seu valor econômico ser dos mais elevados no comércio internacional, o plantio de mogno também auxilia no aspecto ambiental, devido ao crescimento relativamente rápido, promovendo a recuperação de áreas alteradas.
Como é feito o processo de plantio de Mogno?
O plantio de mogno apresenta fácil manuseio, rápido crescimento, boa adaptação ao clima brasileiro e boa rentabilidade. O processo de cultivo segue da seguinte forma: até os 7 anos, as árvores já crescem vigorosamente chegando até 10 metros de altura; a partir do 8 até os 14, as árvores começam a ter tronco podendo ser realizado um segundo desbaste, pois já possuem características para venda e uso comercial, como serrarias.
O último ciclo do plantio de mogno rodeia dos 15 aos 20 anos, onde as árvores já estão maduras e podem ser cortadas produzindo toras com excelente diâmetro. O Brasil é referência em silvicultura, fato atestado pelo crescimento satisfatório de plantios de mogno africanos, com ênfase em Minas Gerais e Pará, por exemplo. No entanto, estudos aprofundados quanto à viabilidade da implantação da Khaya spp. no País devem ser desenvolvidos e pesquisas de outra natureza que permitam o manejo adequado da espécie, com o intuito de garantir o retorno econômico desejável e a correta domesticação da planta.
É necessário tirar licença para plantar mogno?
Por não ser uma árvore exótica e nem de origem nacional não é necessário licença para plantio de mogno ou seguir as orientações do IBAMA, bem como emitir DOF ou documento do órgão federal. Ainda sim, é necessário que a área de plantio de mogno seja regulamentada e que haja uma licença ambiental vinda de uma instituição ligada ao meio ambiente do seu estado.
Enfim, se você está decidido a investir no plantio de mogno ou em ajudar a manter a espécie entre nós, não deixe de conferir o Grupo Selva Florestal. Eles são especialistas no cultivo de mudas, sementes, recuperação de áreas degradadas e em reflorestamento.