De acordo com a Food Agricultural Organization (FAO), uma das associações da Organização das Nações Unidas (ONU), a demanda mundial por madeira em tora aumentou 37% do período de 1990 a 2017. Dessa forma, existe espaço para a plantação de madeira nobre como a madeira mogno. Esses números se justificam por haverem vários produtos feitos de madeira nobre que precisam da matéria-prima.

Existem várias utilidades para as cascas, folhas, frutos, sementes e madeira do mogno africano. Estudos ratificam que o extrato da casca da árvore do mogno, por exemplo, tem particularidades medicinais, podendo ser usada até mesmo no tratamento de doenças como a malária. No entanto, o uso de outras partes da árvore diferentes da madeira mogno ainda é pouco explorado no Brasil, logo nesse artigo vamos focar na demanda madeireira, que é o principal foco dos produtores de mogno africano. 

A madeira do mogno é conhecida por ser extremamente rentável. | Foto: Grupo Selva Florestal

A madeira mogno africano é tradicionalmente valorizada pela sua beleza e aspectos tecnológicos. Ela possui um tom marrom rosado escuro e é simples de ser lapidada, o que a deixa ideal para a carpintaria. Por essa razão, em geral, a madeira mogno é amplamente usada para a confecção e fabricação de móveis, de instrumentos musicais, construção naval e de interiores. 

As propriedades de densidade e tonalidade de madeira mogno africano podem divergir, impactando na utilização de cada uma. Confira agora, os fins mais populares para a madeira mogno de espécies diferentes. 

Finalidades mais comuns das espécies da madeira mogno africano

As árvores de mogno-branco (espécie Khaya anthotheca), costumam ter sua fuste, que é a parte comerciável do tronco, de 30 m de altura e densidade mediana. Essas características, junto com a alta qualidade, faz com que elas sejam uma boa opção para produtos mais elaborados, como barcos e canoas. 

A espécie Khaya grandifoliola, por sua vez, é conhecida como mogno-da-folha-grande e possui uma fuste de quase 40 m de altura, com o tronco inclinado perto das proximidades. Essa característica de ser uma madeira encorpada faz com que essa espécie possa ser usada em atividades que envolvem desde a marcenaria simples até construções navais.

O mogno-vermelho, ou a espécie Khaya ivorensis, é a espécie que atinge uma maior altura de todas de mogno africano, chegando a até 60 m. Sua altura e robustez fazem com que essa madeira possa ser usada para a fabricação de itens leves e pesados. 

Sendo chamada também de mogno-das-folhas-secas, a espécie que tem Khaya senegalensis como nome científico, fica entre as duas primeiras espécies citadas anteriormente em questão de fuste, podendo atingir em torno dos 35 m de altura. A principal característica dessa árvore é que ela cresce meio tortuosa, mas isso não impede que ela seja usada para a fabricação de diversos produtos, que vão da construção civil à fabricação de brinquedos. 

15 produtos que são feitos de mogno africano

Confira agora alguns produtos que são feitos a partir da madeira mogno africano e que talvez você não sabia: 

Como o código florestal impacta a comercialização da madeira mogno africano?

Primeiramente, o código florestal é a lei que estabelece as regras gerais sobre como e onde a vegetação nativa do território do Brasil pode ser explorada. Ele regulamenta as regiões que devem ser preservadas e quais áreas estão autorizadas a serem submetidas aos diferentes tipos de produções rurais. 

Em 2012, o código florestal sofreu modificações. O artigo 35, § 1º afirma que: “O plantio ou o reflorestamento com espécies florestais nativas independem de autorização prévia, desde que observadas as limitações e condições previstas nesta Lei, devendo ser informados ao órgão competente, no prazo de até 1 (um) ano, para fins de controle de origem.

Em outras palavras, isso significa que o plantio de mogno africano não necessita de autorização. Isso visto que o mogno é uma espécie exótica (não nativa). Todavia, é obrigatório que a atividade seja repassada aos órgãos competentes. 

Em contrapartida, não haviam sido, ainda, desde 2012 – ano de estabelecimento da lei – disponibilizados os formulários e documentos para o cadastro de plantios em Minas Gerais. As condutas só foram determinadas, há pouco tempo, em fevereiro de 2020, pela Portaria 28 do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais. 

De modo geral, as espécies de árvores nativas para fins comerciais são reguladas pelo IBAMA, tendo normas mais rigorosas para controle de comercialização e produção. Já as árvores exóticas, como justamente a madeira mogno africano, possuem uma legislação flexível e exigem outras declarações para o comércio legal dessa maneira. Essas declarações podem variar de área para área de plantio. 

Além disso, em virtude do fenômeno do Apagão Florestal, que pressupõe uma redução de áreas privadas para produção e comercialização de madeiras e extrações ilegais na Amazônia, a perspectiva é que acontecerá um aumento na demanda por madeiras nobres serradas, gerando assim cada vez mais oportunidades ascendentes aos investidores do segmento produtor.

Em outras palavras, o fato propicia instituir novas florestas no intuito de corresponder a demanda do mercado de modo sustentável e equilibrado, compatíveis às exigências do mercado consumidor. 

Expectativas de mercado para mogno jovem

Em território brasileiro, o plantio de mogno africano ainda é avaliado recente e as espécies mais cultivadas são a Khaya grandifoliola e a Senegalensis. Pelo fato de ainda não termos plantios antigos, não é fácil encontrar árvores antigas com troncos muito extensos e a maioria dessas árvores estão no norte do Brasil. 

Vale lembrar que uma largura menor da árvore no instante do primeiro corte para venda, denominado desbaste (ou mogno jovem), não diminui as chances de uso. Esse primeiro corte nada mais é que a remoção de algumas árvores da floresta para assegurar espaço visando o aumento da produção de madeira das restantes. 

São inúmeras as expectativas mercadológicas para o mogno jovem. A Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) realiza, inclusive, trabalhos com designers brasileiros de móveis que usam a madeira mogno nos seus produtos. Essa união já rendeu vários móveis premiados. Foram usadas, também, as raízes do mogno, para fabricar peças únicas de alto valor para o mercado moveleiro.

Outros caminhos para o mogno jovem vêm sendo testados e divulgados através da presença em feiras/mostras nacionais e internacionais, como modo de apresentar ao grande mercado consumidor as características desta nobre madeira que o Brasil propende a ser grande produtor. 

No Brasil, no ano de 2018, foi calculada uma região plantada de cerca de 37 mil hectares de mogno africano. A perspectiva é de que essa área aumente. Afinal, o mogno se adequa muito bem a países tropicais e a demanda por madeira de qualidade nobre cresce anualmente. 

O que a grande maioria do mercado consumidor interno e externo de madeiras nobres busca é por volume e constância no fornecimento e abastecimento de madeira, o que, recentemente, os produtores brasileiros de mogno africano poderão proporcionar, com os desbastes e com os cortes finais das florestas de mogno já plantadas e em estabelecimento pelo Brasil

Investir em madeira nobre é, sem dúvidas, um investimento excelente, pois, além de valorizar rapidamente a propriedade na qual o plantio é realizado, assegura um retorno monetário alto se comparado às aplicações financeiras já firmadas (conservadoras ou moderadas), ainda levando em consideração as projeções mais conservadoras realizadas para o extrato da madeira mogno.

Tipos de mogno para produção de diferentes objetos

Apesar de atenderem uma verdadeira diversidade de produtos, existem diferentes tipos de mogno para atender as necessidades individuais dessas diferentes indústrias. 

A madeira mogno africano é muito utilizada para fabricação de móveis. Assim, as árvores utilizadas na fabricação de móveis são: 

Qual a rentabilidade do mogno

Para entender a rentabilidade do mogno africano, o melhor caminho é imaginar a produtividade desta madeira em uma área de 1 hectare, que é o mínimo recomendado para o investimento em uma plantação desse tipo. 

Na área de 1 hectare, podem ser plantadas em torno de 1.100 até 1.800 árvores (lembrando do espaçamento de 5×5 metros entre elas). Fazendo a colheita de metade dessas árvores aos 10 anos e retirando o restante das árvores somente após os 15 anos, um hectare dá em torno dos 300 m³ de volume de tronco. 

Considerando que o valor médio do mercado é em torno de €281 a €750 (1556,50 reais a 4154,37 reais), uma plantação em uma área de 1 hectare pode gerar renda de mais de 7 milhões de reais. O retorno se torna impressionante quando pensamos que uma muda de mogno africano custa em torno dos 5 reais, ou seja, com cerca de 10.000 reais (sem contar os custos de plantio), dá para ter um retorno gigantesco.

Por ser um investimento a longo prazo, em que os retornos financeiros só começam a aparecer depois dos 10 anos e só se desenvolvem com força em torno dos 15 até os 17 anos, é interessante que a plantação de mogno africano tenha qualidade, bons profissionais envolvidos, e uma equipe especializada. 

Dessa forma, considerando os vários usos do mogno na criação diferentes produtos feitos de madeira, é bastante interessante investir em um projeto como o Mahogany 404 do Grupo Selva Florestal para colher todos os benefícios que o cultivo de mogno pode oferecer, tendo tranquilidade em relação ao plantio e à qualidade da manutenção das mudas ao longo do tempo. 

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