A COP30, 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, será um dos maiores eventos globais de 2025 e promete definir novos rumos para o combate à crise climática. Marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará, esta edição ganha significado especial por acontecer na porta da Amazônia, bioma crítico para o equilíbrio ambiental do planeta. 

Neste guia completo, você entenderá por que a COP30 é decisiva, quais temas dominarão as discussões e como o evento pode impactar políticas climáticas internacionais. Ao final, veja como participar dessa agenda por meio de iniciativas como o projeto Selva Florestal, que une preservação e ação local.

COP30: saiba tudo sobre o evento da ONU que acontecerá no Brasil. | Foto: Freepik.
COP30: saiba tudo sobre o evento da ONU que acontecerá no Brasil. | Foto: Freepik.

O que é a COP30 e por que ela é importante?

A COP (Conferência das Partes) é o principal fórum internacional para negociar acordos climáticos globais. Desde a primeira edição em 1995, as COPs reúnem líderes políticos, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil para debater metas de redução de emissões, financiamento climático e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. A COP30 ganha destaque por ser a primeira realizada na Amazônia brasileira, região símbolo da biodiversidade e das disputas entre preservação e desenvolvimento econômico.

Um dos objetivos centrais do evento será revisar os compromissos assumidos no Acordo de Paris (2015), que estabeleceu a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2100. Dados recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertam que o planeta já aqueceu 1,1°C, e as emissões continuam em alta. Nesse contexto, a COP30 será um teste crucial para a capacidade dos países de ampliarem suas ambições climáticas, especialmente na proteção de florestas tropicais, responsáveis por absorver 30% do CO₂ emitido pela humanidade.

Além disso, esta edição ocorre em um momento de tensões geopolíticas. A guerra na Ucrânia e as crises energéticas desviaram a atenção de nações europeias para fontes fósseis, enquanto países em desenvolvimento pressionam por mais recursos para adaptação. A presença do Brasil como anfitrião também reacende debates sobre o papel das nações amazônicas na governança climática global.

Belém: A cidade anfitriã da COP30

A escolha de Belém como sede da COP30 não foi acidental. Localizada no coração da Amazônia Oriental, a capital paraense simboliza tanto os desafios quanto às oportunidades da região. Com 1,5 milhão de habitantes, a cidade é um centro econômico e cultural do Norte do Brasil, mas também enfrenta problemas como desmatamento ilegal e pressões sobre territórios indígenas.

Por que a Amazônia é estratégica?

A Amazônia brasileira abriga 60% da maior floresta tropical do mundo, vital para regular o clima global. Estudos indicam que a região já emite mais CO₂ do que absorve em áreas intensamente desmatadas, um sinal alarmante. 

Ao sediar a COP30, o Brasil busca se reposicionar como líder ambiental, após anos de aumento do desmatamento sob governos anteriores. O atual plano do governo federal promete zerar o desmatamento ilegal até 2030, meta que dependerá de financiamento internacional discutido na conferência.

Estrutura e legado do evento

Belém está passando por obras de infraestrutura para receber os mais de 30 mil participantes esperados. O Hangar Centro de Convenções, ampliado para 40 mil m², será o palco principal. Além dos debates oficiais, a cidade promoverá feiras de bioeconomia, mostras culturais indígenas e visitas a projetos de reflorestamento, como os apoiados pela Selva Florestal. 

O legado da COP30 incluirá ainda um fundo para desenvolvimento sustentável na Amazônia Oriental, já em negociação com investidores europeus.

Principais temas e expectativas para o evento

A agenda da COP30 está sendo construída a partir de quatro eixos principais, conforme rascunhos divulgados pelo governo brasileiro:

  1. Financiamento climático justo

Países em desenvolvimento exigem que nações ricas cumpram a promessa de aportar US$ 100 bilhões anuais em financiamento climático, feita em 2009 e ainda não totalmente alcançada. Um dos debates será a criação de um mecanismo para compensar países que reduzirem o desmatamento, baseado em resultados verificáveis.

  1. Transição energética inclusiva

 Apesar do avanço de energias renováveis, 80% da matriz global ainda depende de combustíveis fósseis. A COP30 deve pressionar por metas mais ousadas de redução do uso de carvão e petróleo, com apoio tecnológico a países pobres.

  1. Direitos indígenas e proteção territorial

Com 28% da Amazônia brasileira em terras indígenas, essas comunidades serão centrais nas discussões. Espera-se o anúncio de novos fundos para gestão territorial indígena, além de medidas contra garimpo ilegal.

  1. Adaptação para cidades costeiras

Com o nível do mar subindo 3,7 mm ao ano, cidades como Belém precisam de planos de resiliência. A conferência debaterá como integrar saberes tradicionais e tecnologia moderna nesses projetos.

Como a COP30 pode impactar o futuro do clima?

Especialistas concordam que a COP30 será um divisor de águas. Se conseguirmos avançar em três frentes – financiamento, desmatamento zero e transição energética –, há chance de realinhar as trajetórias de emissões. Caso contrário, o planeta pode enfrentar um colapso climático irreversível já em 2040, segundo modelos do IPCC.

Enquanto líderes negociam, cidadãos podem agir localmente. Apoiar projetos de reflorestamento, como os do Selva Florestal, reduz sua pegada de carbono e preserva ecossistemas. Consumir de empresas com práticas sustentáveis e cobrar políticas verdes também faz diferença.

Novas Iniciativas e Oportunidades

Além das medidas já mencionadas, a COP30 promete impulsionar diversas iniciativas inovadoras que combinam tecnologia e sustentabilidade. Iniciativas de monitoramento ambiental em tempo real, parcerias entre setor público e privado, e programas educacionais para capacitar jovens na luta contra as mudanças climáticas são algumas das ações que devem ganhar destaque. Esses projetos visam não apenas reduzir as emissões, mas também fomentar a conscientização e a participação cidadã, criando um movimento global em prol da preservação ambiental. 

Ao promover feiras e eventos paralelos, a conferência também abrirá espaço para startups e empresas de tecnologia apresentarem soluções inovadoras para os desafios climáticos. Essa integração de esforços de diferentes setores reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa para enfrentar a crise climática.

A COP30 em Belém não será apenas mais uma conferência. Será uma oportunidade histórica de conciliar desenvolvimento humano e limites planetários. Como disse o secretário-geral da ONU, António Guterres: “Não há plano B, porque não há planeta B”. E o sucesso desse plano depende das decisões que sairão da Amazônia em 2025.

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