Trazida do solo africano para o Brasil, a madeira se mostrou adaptada ao novo clima e durante as décadas de 80 e 90, se difundiu pelo país. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é um dos maiores produtores de Mogno Africano e as plantações mais extensas da espécie se concentram em Minas Gerais. A maioria das árvores é destinada para a confecção de móveis de luxo, peças, esculturas, construções de barcos, instrumentos musicais, entre outros. Confira, nesta matéria, mitos e verdades sobre o Mogno Africano.

Confira os mitos e verdades do Mogno Africano
Todas as espécies de Mogno Africano são cultivadas de modo igual no Brasil
Mitos e verdades: mito!
As três espécies de melhor qualidade do Mogno são: Khaya anthotheca, Khaya senegalensis e Khaya grandifoliola. Cada uma delas possui particularidades que influenciam durante o processo de crescimento das árvores, sendo assim, a produção das espécies varia no solo brasileiro.
A Khaya grandifoliola é o tipo de Mogno Africano mais plantado no Brasil, já que se adapta melhor ao solo e ao clima, fornecendo maior rendimento na produção. A sua madeira é destinada para as construções, os móveis e a carpintaria.
A Khaya anthotheca é ideal para plantio em locais úmidos, como, por exemplo, a margem de rios. A sua plantação não é frequente no Brasil, mas quando cultivada, a madeira é usualmente destinada à confecção de pisos.
Por fim, a Khaya grandifoliola é uma espécie que se desenvolve bem em diferentes solos. Em sua maioria, a madeira é voltada para peças decorativas e carpintarias.
O plantio de Mogno Africano é um bom investimento
Mitos e verdades: verdade!
O plantio do Mogno Africano pode ser uma atividade extremamente rentável e servir de investimento para os produtores. A demanda da madeira no mercado interno e externo é alta e, somado a isso, o Mogno é uma espécie que se desenvolve relativamente rápido, além de ser adaptável. Então, na lista de mitos e verdades, esta é uma verdade!
A espécie também é uma grande aliada do reflorestamento e a sua comercialização variada. O tom da madeira é perfeito para atividades de carpintaria e construções, e das suas folhas também podem ser extraídos componentes para a fabricação de remédios.
A tão sonhada aposentadoria verde pode se tornar realidade através da plantação de Mognos, que, em geral, levam de 15 a 25 anos, para dar retorno.

O plantio de Mogno Africano não sofre com ataque de pragas
Mitos e verdades: mito!
Apesar de ser uma espécie adaptável e com o plantio facilitado, isto não quer dizer que o Mogno Africano é livre de pragas. Dessa forma, nessa lista de mitos e verdades, este é um mito. Em geral, a madeira pode vir a sofrer com insetos, fungos e até algumas doenças. Apesar disso, o Mogno possui uma boa resistência a essas pragas e o tratamento pode ser iniciado antes mesmo do plantio.
Os insetos mais comuns que atrapalham as plantações são a Formiga Cortadeira e a Abelha Arapuá. Já uma doença preocupante para o Mogno é a Podridão Branco.
A Formiga Cortadeira é uma praga que traz dor de cabeça para a maioria dos produtores, não exclusivamente os do Mogno Africano. Além disso, os ataques independem da idade da floresta e podem ser intensos, trazendo grandes prejuízos para a plantação.
Já a Abelha Arapuá ataca na fase jovem do plantio e pode trazer danos para o crescimento das árvores, causando atrofias e problemas para o tronco.
Por fim, a doença da Podridão Branca é originada através de um fungo e, geralmente, ataca árvores com mais de 12 anos, podendo levar à morte do Mogno. Evitar áreas com alagamentos é uma opção para se prevenir da doença.

O plantio de Mogno Africano não exige monitoramento durante o crescimento
Mitos e verdades: mito!
É fato que o Mogno Africano é uma espécie adaptável e de fácil cuidado. Entretanto, isto não quer dizer que a floresta possa ficar sem monitoramento durante o seu crescimento. Portanto, este é um dos mitos da lista de mitos e verdades.
A falta de acompanhamento das árvores é um erro que muitos produtores iniciantes cometem. Durante a fase de desenvolvimento do Mogno podem surgir diversas adversidades que atrapalham a qualidade da madeira, como as próprias pragas e algumas doenças.
Além disso, é indicado que a evolução da altura e, principalmente, do diâmetro das árvores sejam acompanhados de perto. Dessa forma, o produtor poderá ter uma ideia média da produção e poderá evitar imprevistos pelo caminho.

O Mogno Africano se adapta em solos que não são tão férteis
Mitos e verdades: verdade!
O Mogno Africano se adaptou facilmente ao clima brasileiro, não somente devido às similaridades com a terra de origem. A grande absorção do país com a árvore também se deu pelo fato dela não exigir solos extremamente férteis para o seu desenvolvimento. Então, esse fato é verídico na lista de mitos e verdades.
Hoje, as plantações de Mogno existem desde o Pará até Santa Catarina e os cultivos podem ser concebidos até em biomas como o cerrado. As árvores são de grande porte, chegando até 40 metros, entretanto, também conseguem ser produzidas em chácaras e sítios, de preferência afastadas de casas, construções habitáveis ou redes elétricas.
As sementes de Mogno podem ser armazenadas por até um ano, se estiverem em boas condições: secas e sem contato com a água. O plantio pode ser feito mediante análise de solo e entre 17 e 20, já estará em idade de corte.

O Mogno Africano é o único tipo de Mogno no Brasil
Mitos e verdades: mito!
A última questão da lista de mitos e verdades é mentira. O Brasil possui a sua própria espécie de Mogno, o Mogno Brasileiro, nativo da Amazônia. A qualidade da madeira é altíssima, mas hoje segue o mesmo caminho que o Pau-Brasil: a extinção.
A extração de Mogno Brasileiro não é permitida no Brasil e a espécie sofre com o perigo de desaparecer. O Mogno Africano tornou-se uma alternativa para o comércio de madeira nobre no país, além disso, a espécie de origem na África não sofre tantos danos de pragas como a brasileira.
Agora você já sabe todos os mitos e verdades sobre o Mogno Africano. Que tal investir no plantio?