Você sabia que nem toda madeira que é vendida por aí é legal? Pois é, infelizmente ainda existem muitos casos de exploração de madeira ilegal, que prejudicam tanto o meio ambiente quanto as comunidades que dependem da floresta para viver.
O desmatamento ocorre pela busca de troncos e madeiras que podem ser utilizados na construção de móveis e outros produtos. Nesse sentido, essa matéria-prima, quando transportada pelos distribuidores, é adquirida por fabricantes ou construtores imobiliários, assim, de maneira involuntária, ao você adquirir esses produtos estará contribuindo com o desenvolvimento insustentável.
Por isso, é importante saber algumas estratégias para não comprar madeira ilegal e, consequentemente, não fazer parte desse processo.
Sinais de que uma madeira é ilegal
Infelizmente, o comércio de madeira ilegal existe e ele é muito prejudicial para o meio ambiente. Por isso, é importante ficar atento para não contribuir com a compra e venda da madeira ilegal.
Para te ajudar nessa, separamos aqui alguns sinais que podem ser percebidos quando uma madeira é ilegal. Confira a seguir!
1. Documentação da madeira
Em primeiro lugar, o ideal é checar e analisar se a madeira possui o selo FSC (Forest Stewardship Council), em português, Conselho de Manejo Florestal, ou seja, esse documento é a garantia que a empresa está trabalhando conforme as regras de bom manejo florestal.
Assim, o selo foi criado justamente por causa de uma preocupação em relação às florestas mundiais, consistindo em uma certificação para a valorização das marcas que atuam de maneira consciente e sustentável na extração de troncos e madeiras nas florestas.
Desse modo, o selo FSC é uma maneira de controlar a produção florestal, como também tem a finalidade de orientar o consumidor nas suas decisões de compra. Em outras palavras, oferece uma relação de confiança entre o consumo e a produção responsável de madeira, permitindo que as empresas e os usuários tomem decisões em prol das pessoas e do ambiente. No entanto, se a companhia não tiver o selo, você pode solicitar para o comerciante o DOF (Documento de Origem Florestal) ou a GF (Guia Florestal), é como se fosse o RG da madeira.
Por outro lado, se ele não tiver nenhum dos documentos citados acima, ainda existe a possibilidade de você perguntar se o produto possui o Cerflor (Certificação do Manejo Florestal) emitido pelo Programa Brasileiro de Certificação Florestal, além de sempre exigir a nota fiscal, independente de estar adquirindo madeira bruta ou o móvel pronto. Essas estratégias são algumas maneiras iniciais de contribuir para o fim da extração de madeira ilegal.
A documentação adequada é essencial para comprovar a origem legal da madeira. Por isso, é importante verificar se a madeira que você está comprando possui todos os documentos necessários, como a licença de exploração florestal e o certificado de origem.
2. Utilização da tecnologia
O uso da tecnologia para identificar comércio ilegal de madeira também é uma boa estratégia, assim, existem aplicativos que podem ajudar no controle e prevenção da extração ilegal do produto na Amazônia. O Projeto Madeira de Lei, por exemplo, iniciativa da Polícia Federal em parceria com a Universidade Federal do Paraná, é uma ferramenta utilizada por policiais no país e no exterior com o objetivo de verificar e identificar as madeiras exportadas.
Esse mecanismo funciona de maneira simples e prática, assim, você pega um pedaço de madeira, tira uma foto, em seguida, carrega no sistema e aguarda o aplicativo identificar qual é o tipo da madeira.
Nesse sentido, a ferramenta vai permitir o cruzamento das amostras de troncos e madeiras que estão na base de dados desenvolvida pela Polícia Federal. Desse modo, é possível verificar e analisar a origem do produto, além da procedência e modelo.
O Projeto Madeira de Lei também busca desenvolver o treinamento de policiais de vários países para a utilização do sistema. Além disso, a madeira que for identificada como ilegal pelo aplicativo, não retorna ao Brasil, mas é possível responsabilizar o comerciante ou importador ilegal na justiça do país dele.
A cerimônia de lançamento do Projeto Madeira de Lei foi realizada em Brasília e na embaixada da Espanha, contando com a presença de policiais e diplomatas de diversos países, como Estados Unidos, Holanda, França, Bélgica, Itália, Alemanha, China, Reino Unido e Portugal.
3. Local de extração da madeira
Uma outra opção para conseguir identificar se determinada madeira foi extraída de maneira ilegal é justamente indo até o local exato onde a árvore foi cortada, assim, é possível analisar e verificar algumas pistas que podem estar contidas no toco que restou na floresta, os resultados devem ser iguais aos observados no produto que chegou na fábrica. Esse processo é muito realizado pela equipe do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Além disso, é possível verificar outros aspectos, por exemplo, se é a mesma espécie, ou podem ser avaliadas medidas como o diâmetro ou o padrão dos caules.
Nesse sentido, os resultados que não foram compatíveis significam que a madeira não foi retirada daquele local, o que pode significar que foi extraída de maneira ilegal, assim, o instituto consegue evitar que as empresas que trabalham dessa forma continuem atuando no mercado, ajudando os consumidores a adquirirem madeira pelo consumo sustentável e evitando que comprem madeira ilegal.
Se a origem da madeira é desconhecida, pode ser um sinal de que ela foi extraída ilegalmente. Por isso, é importante comprar produtos de empresas que possuem uma política de transparência e rastreabilidade, que permita verificar a origem da madeira.
De forma resumida, para evitar o consumo de madeira ilegal, é preciso se atentar a diversos detalhes na hora da compra. Pode parecer uma tarefa chata de início, mas fazendo isso você estará contribuindo para acabar com o comércio de madeira ilegal e preservar o meio ambiente.
Isso porque o comércio de madeira ilegal, assim como tratado no início deste artigo, é extremamente prejudicial para a natureza. O País sofre com diversos casos de comércio de madeira ilegal. Portanto, cada um precisa fazer sua parte para preservar as riquezas naturais do território brasileiro. Nesse caso, prestar atenção nos sinais para evitar a compra de madeira ilegal é um grande feito.
A verificação da documentação, uso da tecnologia e análise do local de extração são algumas estratégias para identificar madeira ilegal e evitar o consumo. | Foto: Pixabay/PublicDomainPictures.
4. Desrespeito às normas ambientais e trabalhistas
A extração ilegal de madeira muitas vezes é feita de forma desrespeitosa às normas ambientais e trabalhistas, causando danos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores envolvidos. Por isso, é importante procurar empresas que possuem certificações ambientais e trabalhistas, que garantam que a madeira foi produzida de forma responsável.
Ao reconhecer esses sinais, é possível fazer escolhas mais conscientes na hora de comprar produtos de madeira, contribuindo para a preservação da floresta e dos direitos das comunidades que dependem dela.
5. Preço muito baixo
Uma madeira vendida a um preço muito abaixo do mercado pode indicar que ela foi extraída ilegalmente, sem as devidas autorizações e sem pagar as taxas e impostos necessários. Por isso, é importante ficar atento ao preço dos produtos de madeira e evitar aqueles que parecem estar com um preço “muito bom para ser verdade”.
Então, chegamos ao final deste texto sobre como reconhecer os sinais de que uma madeira é ilegal. Espero que as dicas que apresentamos aqui tenham sido úteis e que você agora se sinta mais preparado(a) para fazer escolhas conscientes na hora de comprar produtos de madeira.
Lembre-se sempre de que o consumo consciente é uma forma importante de contribuir para a preservação da floresta e dos direitos das comunidades que dela dependem. Ao comprar produtos de madeira, verifique se eles possuem a documentação adequada, se a origem é conhecida, se o preço é justo e se a produção respeita as normas ambientais e trabalhistas.
Juntos, podemos fazer a diferença na construção de um mundo mais justo e sustentável. Então, vamos lá, escolha consciente e mão na massa!
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