O mogno africano é uma árvore que ainda promete movimentar bastante o mercado de madeiras nobres no Brasil. Isso porque o mogno proveniente da Amazônia teve seu corte proibido em virtude da exploração predatória. Dessa forma, as mudas de mogno surgem, então, como uma alternativa, dentro dos conformes da lei, para cultivo, corte e também para o reflorestamento.
Atualmente, a maioria dos produtores cultivam o mogno africano para a extração de sementes, que tem um alto valor comercial. Porém, devido a boa qualidade das sementes, chegou o momento de pensar em produzir as mudas de mogno para o mercado madeireiro.
Ficou com vontade de conhecer mais sobre o assunto? Então, você não pode deixar de conferir abaixo o conteúdo que o Grupo Selva Florestal trouxe para solucionar suas dúvidas. Saiba tudo sobre o Mogno Africano, dicas de plantio, como produzir as mudas, custos e muito mais! Siga em frente com a leitura para aprender!
A história do Mogno Africano
Como o próprio nome da árvore sugere, o Mogno Africano tem uma origem antiga no continente africano. Apesar de ser uma espécie nativa dessa localidade, devido aos fluxos de exploração da região pelos estrangeiros colonizadores e aos de escravização da população local, rapidamente o Mogno Africano passou a ser comercializado em outros países.
Com isso, a incorporação dessa árvore às culturas e lavouras estrangeiras foi bastante facilitada. E, no caso do Brasil, não é diferente!
A chegada do Mogno Africano no Brasil ocorreu em 1970, e começou a ser difundido em áreas de plantio anos depois, a partir da década de 80, por conta do estímulo ao plantio experimental promovido pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Desde então, o estado da Federação que mais concentra cultivos do Mogno Africano acabou sendo Minas Gerais, juntamente com outros estados da região centro-oeste e sudeste, como Goiás (onde está localizada, inclusive, a sede do Grupo Selva Florestal!).
E toda essa rentabilidade do Mogno Africano deve sua popularização a duas pessoas: ao ministro da agricultura da Costa do Marfim, que, em viagem à EMBRAPA do Pará, entregou sementes da espécie ao pesquisador Ítalo Cláudio Falesi, e ao investidor e pecuarista Ricardo Carvalho Maia, que realizou o primeiro plantio comercial da árvore, e estimulou outros produtores com a novidade.
Atualmente, existem mais de 40 mil hectares plantados de Mogno Africano no Brasil! Ou seja, o potencial da planta é bem expressivo, como podemos ver!
Em nosso País, a espécie mais cultivada é a Khaya Grandifoliola, juntamente com outras duas, a Khaya Senegalensis e a Khaya Anthoteca.
Existem ainda outras espécies que até o momento não foram introduzidas no Brasil por completo e são desconhecidas por grande parte dos produtores.
Informações importantes sobre as mudas de Mogno Africano
Primeiramente, é importante levantar algumas informações técnicas a respeito do processo de produção de mudas de mogno africano:
- Solo: de terra firme, mas suporta solos com teores de argila até 65%.
- Clima: tropical e subtropical.
- Área Mínima: Pode ser cultivado em sítios, chácaras e fazendas.
- Corte: 15 a 20 anos após o plantio.
- Preço: o custo do quilo das sementes varia entre R$1.000 e R$1.500.
- Porte: 200 cm de DAP (Diâmetro à Altura do Peito) e 50 m de altura.
- Caule: não tortuoso e não ramificado, mede aproximadamente 30 m.
- Casca: grossa e bastante rugosa.
- Cor: marrom-avermelhado.
- Principais pragas: formiga cortadeira e mato grande (o qual rouba os nutrientes do solo e, assim, compete com a floresta, prejudicando-a)
Passo a passo do processo de produção de mudas
Início
É possível cultivar mudas de mogno africano em sítios, chácaras e fazendas. Entretanto, por se tratar de uma árvore de grande porte, não é muito recomendado realizar o plantio perto de casas, galpões, redes elétricas e de telefones. Em razão da escassa produção nacional, o quilo das sementes varia de R$1.000 e R$1.500. Se for preciso, podem ficar armazenadas por seis meses no caso do Khaya senegalensis, mas necessitam estar secas e alicerçadas em embalagens à prova de vapor d’água, além de preservadas em geladeiras ou câmaras frias, sob temperatura entre 5º e 8ºC.
Propagação
Acontece por meio das sementes. As sementes germinam rapidamente, entre 12 a 30 dias. Até no máximo 35 dias o que tinha que germinar já germinou e a muda é de crescimento rápido também, em 6 meses ela estará pronta.
As mudas de mogno se desenvolvem em sacos plásticos, com tamanho mínimo de 15 centímetros de largura e 25 centímetros de altura. Eles devem comportar substrato constituído a partir da mistura de solo com esterco, na proporção volumétrica de 4 para 1 – ou seja, 80% de solo e 20% de esterco. Uma outra opção é a utilização da mistura de solo com cama de aviário. Nesse caso, a proporção volumétrica deve ser de 3 para 2 – ou seja, 60% de solo e 40% de cama de aviário.
Como alternativa, as mudas de mogno também podem se desenvolver em tubetes, com capacidade para 260 centímetros cúbicos. Para esse tipo de embalagem, são recomendados substratos comerciais enriquecidos com adubo químico. Se cultivadas em campos, as mudas de mogno dispostas em tubetes têm desenvolvimento inicial mais lento, mas em pouco tempo se recuperam e, ao fim de um ano, atingem altura semelhante às das mudas de mogno que foram estruturadas em sacos plásticos. Nos dois casos, as mudas de mogno estão preparadas para o plantio seis meses depois da germinação ou sete meses após a semeadura. Nessa ocasião, ela estará com cerca de 40cm de altura.
Plantio
As mudas de mogno africano tem um bom crescimento em solos de terra firme, de preferência em regiões com clima tropical úmido, mas também se adequa bem em locais de clima subtropical e solos com percentual de argila de até 65%.
As adubações devem ser realizadas a partir de avaliação e análise do solo. O mogno africano responde muito bem à adubação orgânica.
Em virtude disso, se houver disponibilidade de esterco ou composto orgânico, coloque 20 litros na cova de plantio. É fundamental que o esterco esteja bem curtido, do contrário, ele poderá prejudicar o desenvolvimento das mudas de mogno.
Vale lembrar que uma planta adubada com esterco tem um crescimento 50% superior no primeiro ano.
Espaçamento
O cuidado básico é não deixar as mudas muito próximas. O recomendado é que se faça um espaçamento das mudas de mogno no viveiro em fileiras duplas com espaçamento de 40cm. Isso dá uma condição de arejamento muito boa para as mudas evitando doenças.
Além disso, é muito importante colocar os sombrites com cobertura de até 50%, incluindo as laterais para cobrir o vento e conseguir segurar a umidade.
No mês de agosto – mês em que se inicia o processo de produção das mudas para que elas estejam prontas para a estação mais chuvosa – o Sol é mais intenso e o ar é mais seco, então é necessário dar condições ideias para que a muda de mogno cresça com tranquilidade e possa desenvolver bem para quando chegar a fase mais adiantada da muda lá pelos três, quatro meses, ela poder já se desenvolver melhor e apresentar melhores características de uma muda de alta qualidade.
Ademais, se os sombrites não forem colocados, as mudas de mogno dão uma amarelada e perdem muito vigor apesar da adubação. Isso porque a umidade abaixa muito e prejudica o desenvolvimento.Portanto, na área de pleno Sol, se coloca o sombrite para não perder o embalo do desenvolvimento.
Caso as mudas forem deixadas no Sol, irão amarelar e apesar de conseguir se recuperarem após 45 dias, a muda perde força e fica mais debilitada.
Se você não possuir um sombrite, não tem problema. Faça um sombreamento provisório natural por meio de outras árvores como a a cacaueira e o cupuaçuzeiro
Porém, é importante deixar claro que não existe uma definição baseada em dados obtidos através de estudos sobre qual seria o espaçamento ideal para o mogno africano.
No entanto, quando as mudas já estão preparadas para finalmente ir ao chão, muitos agricultores vêm adotando medidas que variam de 4 x 4 metros a 5 x 5 metros. O desbaste deve ser feito quando as copas se encontram, de tal modo que o espaçamento final seja de 8 x 8 metros ou 10 x 10 metros.
No caso de sistemas agroflorestais, quando contém o cupuaçuzeiro, por exemplo, o espaçamento deve ser de 15 metros entre as linhas e de 10 metros dentro delas.
Produção
Entre 15 e 20 anos, o mogno africano alcança a idade ideal para corte. Com os devidos cuidados, tais como o controle de mato, adubação e verificação de doenças, o fuste deverá estar com 12 a 15 metros de comprimento e diâmetro entre 60 a 80 centímetros.
Como irrigar o mogno africano?
Primeiramente, os métodos de irrigação, assim como a quantidade de água e a frequência de rega dependem do estudo do tipo de solo, topografia e clima da região em que o mogno africano foi plantado. Por essa razão, antes de escolher um sistema de irrigação, a melhor opção é sempre procurar algum profissional especializado no assunto.
Agora vamos aos métodos de irrigação mais comuns em plantios de mogno africano.
O sistema de irrigação mais popular em florestas de mogno africano é a irrigação localizada, que nada mais é que a aplicação de água diretamente na área onde a muda foi plantada, irrigando assim o sistema radicular com pouca intensidade.
Para tal será preciso um caminhão tanque/pipa com mangueiras acopladas ao trator que deverão ser manuseadas para que seja irrigado a muda diretamente.
Já o sistema de irrigação por superfície, também conhecido como gotejamento, é feito através de tubulações ou canais que direcionam a água até as plantas. Nessa tubulação há fragmentos de infiltração que irão disseminar a água na superfície do solo umedecendo assim o local onde a muda foi cultivada. Esse método é poucas vezes utilizado em plantios de mogno africano, sendo apenas em situações muito específicas.
Em último lugar, o sistema de irrigação por aspersão consiste na aplicação de água se assemelhando a uma chuva. São justapostos dutos verticais com um rebatedor de pequeno tamanho em algumas regiões do plantio para que a água umidifique o solo e toda a planta. Esse sistema é amplamente usado para a irrigação das mudas com o intuito de mantê-las hidratadas até o plantio.
O custo para o plantio de mudas de Mogno Africano
Vamos direto ao ponto: geralmente, o custo para cultivar 1 (um) hectare de Mogno Africano é de aproximadamente 40 mil reais.
Calma, sabemos que esse valor pode te causar um certo espanto quando visto de forma isolada. Mas, já vamos te explicar o porquê você, ainda nessas condições, deve investir no plantio das mudas de Mogno Africano.
O primeiro corte do Mogno Africano geralmente acontece entre o 17° e o 25° ano com a extração do restante das árvores. Neste estágio, o valor desta madeira em pé pode variar de 100 até 600 euros para cada metro cúbico.
Dessa forma, utilizando um cálculo simples é possível concluir que a média de lucro de 1 (um) hectare do Mogno Africano seria de valores a partir de um milhão e meio de reais! E você estava achando os 40 mil reais iniciais um absurdo, não é mesmo? Te provamos o contrário!
Com um dado atual, de 2022, foi divulgado que o relatório do The International Tropical Timber Organization (ITTO, ou Organização Internacional de Madeira Tropical, em tradução livre para o português) apontou que a valorização do Mogno Africano foi da ordem de mais de 108%!
Para um período de 12 anos, é surpreendente que o metro cúbico da madeira tenha passado a ser comercializado por mais de 1250 euros!
O que é muda clonada? Quais as principais vantagens das mudas clonais em relação às seminais e suas desvantagens?
As mudas clonais são mudas obtidas através da clonagem – processo de produção de indivíduos que são geneticamente iguais, ou seja, que possuem os mesmos genes. Dessa forma, as mudas clonais são cópias idênticas da planta de onde se retirou o material vegetal para sua produção, que é denominada matriz.
Isso representa uma enorme vantagem para o plantio, visto que é possível escolher matrizes diferenciadas como pontos de largada para a produção de mudas clonais.
O processo de seleção de matrizes pode acontecer por vários métodos, como por exemplo: seleção das melhores mudas, obtenção de sementes provenientes de árvores selecionadas, obtenção de sementes provenientes de árvores com condução de polinização, seleção por atributos específicos (como resistência ao estresse hídrico e/ou pragas e doenças, ganho de cerne, propriedades da madeira), dentre outros.
No entanto, é sempre importante lembrar que cada semente clonal vem sempre da combinação de duas árvores. Assim, apesar de conhecer a planta “mãe”, isso não significa que a nova semente virá com as mesmas características genéticas daquela árvore. Isso porque, a “mãe” pode ser uma árvore exemplar, mas o pai pode carregar graves defeitos que poderão ser evidenciados nas florestas plantadas com as mudas seminais.
Já as mudas seminais têm origem da semente da planta, possui uma variabilidade genética maior, e podem ser mais resistentes, visto que, ainda não temos um clone certificado de mogno africano, e muita das vezes são feitos clones para não terem que desembolsar o valor das sementes.
Em suma, a principal diferença entre as mudas clonais e as mudas seminais é que enquanto a primeira é adquirida através da clonagem, a segunda é através do cultivo de sementes.
No caso particular do das mudas de mogno africano, o crescimento das mudas clonais foi fortalecido pela escassez de mudas seminais, visto que a produção de sementes ocorre anualmente e elas perdem rapidamente sua capacidade de germinação.
Como o Grupo Selva Florestal pode te ajudar?
Se você está pensando em cultivar Mogno Africano, entre em contato com o Grupo Selva Florestal. Faça agora a reserva das suas mudas. Ainda há muitas mudas de mogno disponíveis para te oferecer. Você poderá fazer o plantio na hora certa e poderá ter o desenvolvimento e o investimento que você tanto deseja na sua propriedade rural.
Por que confiar nessa empresa? O Grupo Selva Florestal incentiva o cultivo do mogno africano como cultura de alta rentabilidade para o pequeno, médio e grande produtor. O empreendimento almeja ser uma referência em madeira nobre no Brasil e adota uma política de sustentabilidade. Isso sem levar em consideração, a apreciação que a empresa tem sobre a qualidade de seus produtos e serviços, visando atender as expectativas do cliente. Por fim, seus valores são: crescer e evoluir juntos, valorizar quem faz a empresa, compromisso com o resultado e cuidado com o planeta.
Agora que você já sabe o processo de produção das mudas de mogno, está na hora de aprender na prática como tudo isso é feito. Confira o vídeo que mostra todos os detalhes desse processo de produção de mudas de Mogno Africano. Assista agora!
Mas não paramos por aqui não! Continue acompanhando as postagens do Grupo Selva Florestal para mais conteúdos e inspirações sobre o plantio de mudas de mogno africano e muito mais!