Antes de entender o que é calagem, vamos compreender um pouco mais sobre o solo brasileiro.
O solo do Brasil é formado a partir de três estruturas geológicas, sendo elas: os escudos cristalinos, as bacias sedimentares e os terrenos vulcânicos.
Assim, cada uma delas permite que haja a formação de determinados minerais, diferentes entre cada estrutura. No entanto, o que não deixa de existir em tal formação é a presença elevada do pH (ou seja, a acidez).
Os solos do território brasileiro são, em sua maioria, ácidos e essa acidez é representada basicamente pela presença dos dois componentes: os íons H+ e o Al+3 (alumínio).
Eles são originados pela intensa lavagem e lixiviação dos nutrientes que provêm do solo; pela retirada dos nutrientes catiônicos (que derivam do cátion) pela cultura sem a devida reposição; e, também, pela utilização de fertilizantes de caráter mais ácido.
Neste artigo, vamos explorar o que é a calagem e qual é a sua importância na agricultura. Entenda como a correção do pH do solo pode melhorar a absorção de nutrientes pelas plantas e potencializar os resultados da sua produção.
A calagem é uma etapa existente na hora de se preparar o solo para o cultivo agrícola. Mas, o que exatamente ela faz? Bom, esse processo possui dois objetivos principais que são: diminuir a acidez, ou seja, aumentar o pH do solo (o interessante é que esse solo esteja com o pH entre 5,5 a 6,5, pois os nutrientes vão conseguir adentrar no corpo das plantas, favorecendo a sua absorção) e fornecer uma maior quantidade de cálcio e magnésio para as plantas do local.
Além de melhorar o aproveitamento de nutrientes e eliminar um pouco mais da acidez, a calagem é responsável por aumentar a CTC, isto é, cargas elétricas nos colóides do solo que irão possibilitar a troca de cátions.
A sigla traduzida ao pé da letra significa: capacidade de troca de cátions e ela corresponde justamente à soma das cargas negativas que estão nas partículas microscópicas do solo.
A grande função da calagem é melhorar a qualidade de um solo para que a lavoura plantada na área atinja o seu maior desempenho possível, aumentando, assim, a produtividade da plantação em questão. Para aumentar a qualidade do solo, a calagem: eleva o pH, fornece cálcio e magnésio, reduz o efeito tóxico de certas substâncias, diminui o poder de fixação do fósforo e aumenta o número de nutrientes no solo.
Como já explicamos, o solo brasileiro é naturalmente ácido. O problema fica ainda mais intenso ao considerarmos que várias das substâncias que são usadas para adubar a terra tornam esse solo ainda mais ácido. É exatamente aí que entra a calagem e sua função de aumentar o pH do solo.
A calagem nada mais é do que a mistura de cálcio (Ca) com magnésio (Mg), dois nutrientes essenciais para o crescimento saudável de plantas. Assim, contar com esse processo é uma forma de garantir que o solo terá esses dois minerais disponíveis para as plantas que crescerão nessa área. O nível de Ca e de Mg na calagem vai depender das necessidades do solo.
Algumas substâncias, se presentes em alta qualidade, podem fazer muito mal às plantações, principalmente o alumínio, o manganês e o ferro. Essas substâncias intoxicam a planta e impedem o seu desenvolvimento pleno, o que é um grande problema. A calagem é uma solução para isso, conseguindo reduzir o efeito tóxico dessas substâncias.
O fósforo é uma substância indispensável para o bom desempenho de uma lavoura, pois ele atua ativamente na produção de frutos e grãos. O problema é que ele tem um alto poder de fixação e geralmente permanece no solo, ou seja, as plantas acabam não tendo acesso à substância, e a adubação do solo não serve para nada. A calagem consegue diminuir a ação de fixação do fósforo, facilitando sua absorção pelas raízes.
Além do magnésio, do cálcio e da diminuição da fixação do fósforo, a calagem também contribui para tornar o solo rico em: nitrogênio, potássio, enxofre e molibdênio.
O momento ideal de quando deve ser feita a calagem vai variar de acordo com as necessidades do solo. Entretanto, como regra geral, determina-se que a calagem deve ser feita pelo menos 3 meses antes do início de uma plantação, principalmente quando a lavoura em questão for de espécies que precisam de muitos nutrientes para crescer bem.
É preciso estar sempre muito atento à forma de como fazer a calagem, pois há nela uma série de etapas que ajudarão a determinar se realmente é o momento de se fazer esse processo ou não, uma vez que, se ele não for feito na hora certa, o pH do solo pode subir demais, fazendo com que ele fique com uma quantidade muito elevada de nutrientes, o que também faz bem mal a uma plantação.
Outro ponto importante a ser mencionado é que a calagem precisa ser feita com antecedência para que os benefícios possam ser aproveitados pela plantação. Além disso, ela é feita até a profundidade de 20 cm e pode ser realizada com as mãos ou com aração ou gradagem.
Como já vimos acima, fazer a calagem é imprescindível para a manutenção da vida do solo e do que vai ser plantado nele. Então, vamos compreender ainda mais sobre os principais objetivos pretendidos ao se utilizar a técnica, confira abaixo:
Eliminar (diminuir) a acidez do solo e fornecer uma maior quantidade de suprimento de cálcio e magnésio para as plantas. A calagem, por se utilizar do cálcio, acaba estimulando o crescimento das raízes e, portanto, o aumento do sistema radicular. O processo também estimula uma maior exploração da água e dos nutrientes do solo, o que auxilia a planta na tolerância à seca.
Mas a calagem ainda tem outros benefícios, como é o caso do aumento da disponibilidade de fósforo, o que por si só já que diminui os sítios (lugares) de fixação no solo.
Além disso, também diminui a disponibilidade dos componentes de alumínio e de manganês através da formação dos hidróxidos, os quais não são absorvidos; aumenta a mineralização da matéria orgânica e, como consequência, favorece a maior disponibilidade de nutrientes e a fixação biológica do nitrogênio.
Nas propriedades físicas do solo, a calagem funciona como um aumentador, ou seja, ele causa agregação. Isso acontece, pois o cálcio é um cátion floculante e, por causa disso, diminui a compactação. Por causa de todos os efeitos causados, a calagem é a prática mais econômica, dentre as que fazem o mesmo processo e que garante aumentos na produtividade e longevidade.
O primeiro passo para realizar corretamente a calagem é coletar amostras do solo, mas em duas etapas. A primeira precisa ser feita após a colheita de verão e a segunda, após o período do fim das chuvas (culturas perenes) ou, então, antes do preparo do solo (culturas anuais). Assim, o próximo passo será o de definir qual é o tipo e qual a dose do calcário a ser utilizada.
Após essa etapa, será necessário dividir os custos da seguinte forma: dividir o custo total do calcário pelo poder relativo do neutralizante total do calcário e depois multiplicar o resultado por 100.
O processo de repetição da realização da calagem precisa ser feito três meses antes do plantio, com distribuição do calcário a lanço, incorporado ao solo. Ele será colocado em aproximadamente 17 a 20 centímetros de profundidade, de maneira completamente uniforme.
No entanto, no sistema de plantio direto, o calcário deve ser aplicado na superfície, isto é, sem incorporação, diferentemente do que acontece no cultivo convencional, já que nele a aplicação consegue ser incorporada e acompanhada de aração e gradagem.
Ao realizar a calagem do solo, é importante estar atento a alguns erros comuns que podem comprometer os resultados. Conhecer essas falhas ajudará a evitar problemas e obter melhores benefícios.
Veja a seguir os principais equívocos cometidos na calagem do solo:
Ao evitar esses erros comuns, você estará garantindo uma calagem eficiente e contribuindo para a melhoria da qualidade do solo e o sucesso da sua produção agrícola.
A calagem do solo pode ser realizada com diversos tipos de calcário, sendo eles:
Calcário calcítico: teor de MgCO3 inferior a 10% e maior teor de cálcio
Calcário magnesiano: teor de MgCO3 entre 10 e 25%
Calcário dolomítico: teor de MgCO3 acima de 25% e baixo teor de cálcio
E o Calcário filler: calcário que apresenta granulometria fina (indicado para plantio direto já que nesse caso não é possível revolver o solo).
A aplicação em excesso do calcário ocasiona problemas como a insolubilidade do fósforo e a diminuição na disponibilidade dos micronutrientes como, zinco, cobre, ferro e manganês, além de promover um aumento dos teores de cloro e molibdênio, levando a um desequilíbrio nutricional na planta, afetando o seu desenvolvimento. Mas, a falta dela também ocasiona diversos problemas.
Por esse motivo, a calagem é uma etapa do preparo do solo importantíssima para o cultivo agrícola em que os materiais necessários são adicionados ao solo para neutralizar a sua acidez.
A calagem do solo traz uma série de benefícios para a produção agrícola. Veja a seguir as principais vantagens desse processo:
Se você tem interesse em saber mais sobre outros processos que, assim como a calagem, fazem toda a diferença na manutenção de áreas de cultivo, continue acompanhando o conteúdo do blog do Grupo Selva Florestal, e caso tenha interesse em investir em plantações de mogno africano em solo brasileiro ou esteja buscando por uma consultoria no assunto, conheça as opções disponíveis acessando o site.
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